Jan 29, 2007

Colégio Salesiano São Gonçalo
DIGESTO:
No dia 25 fui convidado pelo Professor Joir Benedito Proença de Amorim a ministrar a palestra sob o título: Motivação: O Homem e a organização no Colégio Salesiano São Gonçalo.
Nunca o tema foi meu foco principal, mas tenho sido convidado várias vezes para trabalhar este assunto. Confesso que tenho me esforçado, e os resultados estão aparecendo aos poucos.
Fiz duas apresentações, uma pela manhã e outra à tarde. O assunto era o mesmo, mas foram duas falas distintas. Incrível como o público tem o poder de nos contagiar. À tarde consegui atingir os objetivos, tenho dúvidas se consegui isso pela manhã.
Tenho lido nos últimos meses sobre o cérebro e a mente e tenho me convencido que o pensamento é pura energia e ela pode ser transmitida. Sabe-se que a motivação nasce de forma intrínseca e o que podemos fazer é auxiliar este processo. Com o público vespertino, na sua imensa maioria professoras do ensino da antiga Educação Infantil e de um a quatro, parece que conseguem se soltar mais, nos contagiam, vibram com intensidade. Fico pensando, será que não seria pela gostosa convivência com seres ainda não infectados com as mazelas de nossa sociedade ou do sistema burocrático? Talvez.
Obrigado querido aluno e competente profissional da educação e do cooperativismo pela oportunidade.
Elifas

Jan 13, 2007

BILL O BRASILEIRO

DIGESTO

O fato aconteceu um dia após o natal. Demos de presente ao Álvaro, nosso segundo filho, uma, bicicleta que havia prometido há um ano e só pude cumpri-lo neste natal. Obviamente tive que negociar com os outros filhos. Isso vai me custar uma bicicleta pó mês até Abril, já que em janeiro pedi uma folga aos requerentes. Como bom brasileiro, acredito que faço parte dos 85% dos filhos de Cabral que deixam as compras e o imposto de renda para a última hora. Descobrimos a bicicleta, aro 26, com bom preço no Makro Atacadista. Não havia mais nenhuma. Onde comprar, dia 23, 16h00, com poucos recursos, já que tínhamos feito uma pesquisa no centro e no Shopping e os preços muito que excediam os do atacadista. Lembramo-nos do Ciclo Center Ribeiro. Lá poderia ser a nossa salvação, já que prometi para mim mesmo que não deixaria de cumprir este compromisso novamente.
Já sabíamos que íamos esperar: bicicletas mais caras, atendimento precário, fila para comprar, fila para pagar e tudo aquilo que não gostamos, mas corremos atrás de forma inconsciente deixando para a última hora. Infelizmente o fato se confirmou. Chegamos próximos às 17h00 e o vendedor que nos atendeu estava estampado em seu semblante o horário de saída que já se aproximava. Era um relógio Cuco, daqueles bem antigos, sob um corpo de um moço que não deveria ter mais do que vinte e três anos, pronto a abrir as portas e destilar o som o qual ficou famoso no mundo inteiro.
Quando dissemos que queríamos uma bicicleta simples, aro 26 a resposta foi a esperada: Foram todas vendidas, temos esta aqui... Bom! A bicicleta apresentada custava 40% a mais. Insistimos e com alguma relutância foi verificar se tinha sobrado alguma no estoque. Não é que ele encontrou! “Mas tem um probleminha”, disse... Senti esfriar a espinha novamente: Ela está desmontada e o pessoal da oficina está com muito trabalho, assim não é possível montá-la naquele dia. Insisti novamente e nova ida a oficina. Realmente não era possível, mas ele me deu o cartão e indicou a bicicletaria que poderia fazer a montagem. Era menos de uma quadra e lá vamos nós. Isto nos custou mais trinta minutos (ele disse que não levaria mais de dez) e R$ 15,00 para a oficina e mais R$ 5,00 de caixinha (o natal me deixa com a mão mais aberta ainda). Há! Esqueci de dizer os trinta minutos ficamos em pé, pois o banco que se apresentava não era digno de nossos traseiros.
A bicicleta, eis que a vejo montada, de duas cores, azul e branco, bonitas, mas o pneu traseiro meio murcha. Como bom chato pedi que enchessem mais um pouco essa figura circular que não reclame de sempre subir e descer na mesma proporção e teria a doce tarefa de carregar a maior parte de um menino um pouco acima do seu peso Assim foi feito. Um pouquinho mais de libras de ar e fomos embora felizes com missão cumprida de bons pais.
Entrega dos presentes, felicidades, sorrisos, 24 horas sem problemas.
No dia seguinte, natal, depois do almoço, pneu furado. O rosto deste menino de onze anos e os olhos azuis de doer estavam molhados com água salgada que irradia do canto de nossos olhos. Lá fui eu atrás de uma borracharia ou bicicletaria aberta na tarde de natal. Fomos para a antiga Estrada do Moinho, hoje Avenida Dr. Archimedes Pereira Lima. Primeiro ponto fechado, segundo ponto fechado, terceiro ponto aberto. Ficamos felizes, um borracheiro de boa vontade poderia nos ajudar. Desconfiava que fosse o bico, ou alguma coisa na válvula. O meu destino continuava o mesmo. Não era nenhuma das duas coisas. O borracheiro desconfiou que o problema estivesse na câmera e deveria procurar uma bicicletaria. Onde encontrar, perguntei já sem paciência ao borracheiro que já me virava as costas. Vá ao Bil, ele resolve. Perguntei educadamente: Onde fica o Bil? Terceira rua a direita, na Marmoraria você vira e vai mais uns metros. Lá vamos ao Bil.
Encontramos a bicicletaria. Aliás, encontrei uma loja de roupas e ao lado a bicicletaria. Fui atendido por uma senhora, acredito que fosse a esposa do Bil, sonolenta, assistindo acredito eu o Domingão do Faustão. Estávamos no Bairro Renascer. Esgoto ao léu, crianças jogando bola, desocupados esperando a tarde passar, cachorros, muitos cachorros e onde e estava o Bil? Disse a Senhora arrumando os despenteados cabelos, Menino vá chamar o seu pai. Zezinho vem tirar essa bicicleta do carro do moço. Descobri que o Bil tinha ido ao orelhão a mais ou menos cem metros de sua casa/oficina/loja. O filho menor pegou a bike, quase que pedindo para fazer sozinho, sabe que até gostei da boa vontade de um guri que tinha metade do tamanho do veículo que ele segura com firmeza e muito esforço.
_ O Senhor Aguarde: meu pai, ele já vem, meu irmão foi chamá-lo. Vou levar a bicicleta. Acompanhei meio desconfiado o percurso de 10 metros e lá vinha o outro irmão sôfrego envolto em outro bike, dizendo: Meu pai já está vindo.
Assim em instantes surgiu Bil. Um homem baixo, falante, vendedor nato (se pudesse sairia com outra bicicleta). Boa Tarde! Boa Tarde! Foi um diálogo curto mais daqueles que se mostravam amistosos. Acreditava que era bem vindo naquele instante. Ele olhou o pneu e disse, vai ser a câmera. Olhei desconfiado e continuei com a minha hipótese:
- Pode ser o bico ou a válvula.
- Vamos ver.
A resposta foi rápida tão quanto a virada da bicicleta de pernas para o ar. Arrumou dois pedaços de pano, na realidade dois trapos, e protegeu o atrito do banco e do guidão junto ao cimento áspero. Encheu o pneu traseiro e disse:
- É a câmera. Eles vendem essas "bicicretas" baratas e as câmeras não prestam. Veja só!
Bil mostrou a porcaria que corou o vendedor que me atendeu dois dias depois no local de compra, é verdade que pedi outra câmera. O rapaz que me atendeu fisgou os nossos movimentos e continuou de cabeça abaixada e continuaria nesta posição, acredito que, por mais uma hora, até irmos embora. Ele sabia da qualidade do produto que tinha vendido.
Voltemos ao Bil.
- Esta “Dr. é boa. É B R A S I L E I R A. Veja a qualidade. Não tem emendas. Olhe a qualidade da borracha. Coloque ela e não vai ter problema. Eu garanto.
Bil havia despertado a qualidade de nossos produtos diante de tanta porcaria chinesa, coreana e malasiana (será que é isso mesmo?).
Voltamos para cãs felizes. O Alvinho subindo e descendo as ladeiras do condomínio. Eu tranqüilo de poder terminar este artigo e Bil, este brasileiro do Bairro Renascer, dando uma aula de qualidade no atendimento e de valorização de um produto Brasileiro.
Até hoje não tive problemas com a nova câmera.
Bil o bom brasileiro.
Elifas

Jan 4, 2007

PROMOÇÕES DE JANEIRO
DIGESTO
Quem sabe esperar pode fazer boas compras de “natal”. . . em janeiro. Éh! O melhor mês para comprar alguns produtos é o primeiro mês do ano, dez, quinze dias depois da comemoração do nascimento de Cristo, que para o comércio representa o pico de vendas. Ontem no supermercado Comper comprava-se o panettone Bauducco por R$ 8,69, quero dizer dois panettones, quantia suficiente apenas para comprar, no ano passado, apenas um item. As lojas de eletrodomésticos prometem bons preços, amanhã é a vez do Ponto Frio. A Luciula, loja de calçados foi a mais rápida. No dia 2 já estava na mídia. Diz o ditado: Quem espera sempre alcança. Janeiro comprova isso.
Boas compras se você esperou.
INDIGESTO: Por que as lojas na comunicação de suas promoções não informam que alguns produtos apresentam pequenos defeitos, principalmente os de maiores descontos? Honestidade não vende?
OVEROLIM OU ROLIMBOOKING

INDIGESTO

Nenhum dos dois. O fundador da TAM, hoje a maior companhia em operação no país, deve estar ao lado do Santo Protetor dos aviadores (eu não sei, mas deve ter um) chorando e inundando o céu, e o excesso caindo em solo brasileiro, com nuvens bem pesadas sobre o casal Santos Dumont e Congonhas.
Este grande empreendedor brasileiro que foi recrutado por gestores mais espertos, tinha inegavelmente, como dizia meu pai: tino para os negócios. E neste toque de sabedoria de meu santo pai alcoólatra estava a paixão por aquilo que fazia. Estender um tapete vermelho, ficar ä porta das aeronaves e orientar os pilotos, co-pilotos e comissários a receberem os clientes estava além dos demonstrativos financeiros. Havia uma visão, milhas a frente dos gestores burocratas que hoje a dirigem.
Respeito ao cliente? Hi! Hi! Hi!. Até uma criança sabe que o vermelho de suas letras irradiam a raiva dos pobres mortais que a escolheram para viajar.
Funcionários zelosos pedem e oferecem vantagens para não viajarem com a empresa. Acreditem. Na aviação comercial é permitido vender mais do que o avião pode transportar. Imaginem: Vender mais apartamentos do que o total de unidades no prédio, ou ainda vender todo o seu estoque duas vezes, esperando que um dos clientes não compareça para a compra.
TAM – Transportes Aéreos de Marilia – a origem do seu nome deveria hoje ser:
TAM – Transportes Aéreos dos Miseráveis ou Transportes Atrasados de Amanhã.
A única coisa que temos certeza nestes dias de festas é que o vôo vai atrasar.
Viva a TAM!, Que conseguiu a união e unanimidade do jornalismo brasileiro no quesito ineficiência.
Viva a TAM! Que conseguiu democratizar o descontentamento de executivos a donas de casas. De avós a Netos. De Romários a Kakás.
Viva a TAM! Que voltou a valorizar as viagens de ônibus.
Você leitor ou leitora deste blog, na próxima propaganda da Tam, lembren-se: que os números são mais importantes do que você!.A propósito...qual é o seu número?
CORREDOR DE MORTE.

Indigesto:
Lojas Americanas, sábado, 30 de dezembro, 17h00, Shopping Três Américas, Cuiabá - Mato Grosso.
Eu e meus quatro filhos partimos na busca heróica para comprarmos presentes para o aniversário de Minha Preta. Cinqüenta reais era a cota para a compra das quatro lembranças. Dez reais para cada um e podiam comprar o que quisessem. Engraçado como percebemos as diferentes personalidades neste contexto de compras. O mais velho, Pedro, com onze anos, preferiu olhar os Hotwheels e foi o último a comprar os produtos, com a ajuda dos irmãos. Comprou duas taças para água no valor de R$ 9,99, Ana Júlia a menor, aceitou inicialmente minha sugestão e colocou no carrinho de compras um dvd de um filme de San Conery, que agora não me recordo o nome. Besteira minha, quando viu as calcinhas, o DVD voltou ä prateleira e uma calcinha, de cor rosa, tamanho médio, com laçinho da mesma cor e um coraçãozinho na lateral haviam detonado um dos grandes artistas mundiais. O preço: R$ 12,99. Tive que fazer um empréstimo. O Álvaro, 10 anos, o mais comedido, comprou duas taças pequenas para capuccino, cada uma de R$ 1,99 e pediu o troco. Antes disso, havia no carrinho uma caixa de bombons de R$ 4,90, foi devolvida. Ele é o mais econômico e já chegou a me emprestar dinheiro. Estou atualmente tendo aulas de administração financeira com ele, quem sabe consiga aprender alguma coisa. A Sarah comprou uma meia, muito bonita de R$ 4,99 e também pediu o troco, acho que ela estava de olho nos skinys.
Missão quase cumprida. Próxima etapa: o pagamento. Na entrada a placa: “Fila única. Atendimento mais rápido”. Esqueceram de nos avisar que havia um problema, que não sei qual é, pois ninguém teve a pachorra de nos avisar o que estava acontecendo. Só percebíamos a tentativa do encarregado de reiniciar os computadores e a ansiedade ao telefone tentando resolver o problema com alguém que também não sabíamos. A fila? Aumentando. Tive o azar de ser o quinto da fila e como vizinho a prateleira de salgadinhos. Skinys, batatas fritas, cebolitos, baconzitos e outras drogas deliciosas para o corpo infantil, mas que sabiamente estavam em local privilegiado. Há! Os refrigerantes estavam a três passos. Resultados: 30 ou 40 minutos de espera, dois pacotes de skinys, dois de batatas fritas (eu também fui vítima), um refrigerante de 600ml. Indigesto: Acredito como quase uma agressão de merchandising o que as lLojas Americanas fazem para que seus salgados e refrigerantes vendam mais. Passe com seus filhos no doce e salgado corredor para pagar as suas contas e depois me diga.
Um dos computadores volta a funcionar, a situação dos demais permanecia inalterada. O gerente ao telefone e os demais caixas colaboradores conversando sabe lá o quê? Quando me lembrei que precisava de papel para embrulhar os presentes. pedi ao Pedro que descobrisse onde estavam. Ele pediu auxilio para uma das atendentes e esta indicou que atrás dos caixas podíamos encontrar. Uma olhada mais atenta e descobri um balde com algumas unidades na esquina de uma das gôndolas. O preço não estava visível, mesmo assim comprei três rolos ou três folhas, não sei qual a terminologia adequada. Pasmem quando vi o ticket! Cada folha R$ 2,99, multiplicado por três unidades totalizavam nove reais, minha calculadora mental desprezou os três centavos. Para horror deste comprador primário, minha sobrinha disse que no Tijucal, algo muito parecido custaria R$ 0,99. Fizemos um bolo de chocolate na casa de minha mãe com aquelas massas pré prontas e na manhã do dia 31 cantamos parabéns e entregamos os presentes.
Dicas importantes: Na próxima compra nas lojas Americanas, “verifique se o sistema não caiu”, faça um acordo, se possível por escrito, com seus filhos para o caso de congestionamento no corredor de engordietes, e não, em hipótese nenhuma, não compre papel de presente neste local, a margem de lucro deles é gigantesca e o que você economiza nos produtos vai embora. O Álvaro, o professor de finanças já havia me dito isso, e eu não acreditei! Sniff! Sniff!
Bom 2007!

Elifas