Jun 17, 2008

Um desrespeito ao consumidor.

Domingo fui assistir ao Show do grupo Raça Negra no América Café Bar. Solicitei qual seria o horário do Show e recebi a seguinte informação:
"Será a partir das 16h00". Como havia o jogo "imperdível" do Brasil, resolvi chegar mais tarde. Cheguei äs 17h30. Adivinhem qual foi o horário que o Show teve inicio? 23h10. Cinco horas e quarenta minutos depois.

O ânimo, a vontade, sei lá o quê, já tinha se dispersado. Fiquei de teimoso, pois no outro Show (Revelação) após quatro horas de espera resolvi ir embora. Dizem que o Show que estava previsto para as 23h00 começou próximo das 4hoo da manhã do dia seguinte.

Por que fazem isso? Para venderam mais cerveja? Ou água, mesmo custando uma garrafa de 495ml - marca Lebrinha - R$ 3,00? Isso vale a pena? Duvido muito.

Total desrespeito. O nosso povo é muito bom e conformista. Alguns apupos ocorreram quatro horas e meia depois. Olha que eu e minha esposa estávamos no chamado "camarote"com direito a duas cadeiras! Imagino o pessoal que aguardava em pé.

No ano passado conversei com o Maestro Gilberto Mendes, criador e principal responsável pela Orquestra de Flautas do Jardim Vitória (ele fará parte do meu livro, espero conseguir publicá-lo em 2009) sobre as apresentações que fizeram na França. Ele mesmo se espantou com o rigor dos horários: trinta minutos antes não havia praticamente expectadores, cinco minutos antes do espetáculo o local da apresentação apresentava-se lotado. Igual ao nosso país?

Lamento dizer, mas em muitos pontos, e este é um deles, somos um país sofrível. Vou continuar gostando do som do Raça Negra, mas Show deles e da empresa que o organizou não vou mais. O CD é muito mais barato, proporciona mais conforto e não agride o meu coração.

Elifas
Estudo vê semelhança entre cérebro de gays e do sexo oposto
Pesquisa sueca também viu semelhanças entre gays e mulheres heterossexuais.
Um estudo conduzido por pesquisadores suecos mostrou que o cérebro de homens gays é fisicamente parecido com o das mulheres heterossexuais, enquanto o de lésbicas se assemelha ao de homens heterossexuais.
Por meio de exames de ressonância magnética, os cientistas, da Universidade Karolinska, compararam as dimensões dos dois hemisférios do cérebro em 90 pessoas, entre homo e heterossexuais.
Ao analisar os resultados, os especialistas observaram que homens homossexuais e mulheres heterossexuais têm os hemisférios cerebrais simétricos, enquanto os dois lados do cérebro de lésbicas e homens heterossexuais são assimétricos, com o hemisfério direito consideravelmente maior do que o esquerdo.
Os pesquisadores ainda investigaram possíveis diferenças na amígdala, uma parte do cérebro ligada às emoções.
Eles verificaram mais "conexões nervosas" no lado direito da amígdala de homens heterossexuais e lésbicas, enquanto mulheres e homens gays têm mais impulsos elétricos no lado esquerdo.
O estudo, divulgado na publicação científica Proceedings of The National Academy of Sciences, sugere que fatores biológicos que influenciam na orientação sexual, como a exposição à testosterona no útero, também podem moldar a anatomia cerebral.
Útero
O trabalho, coordenado pelo pesquisador Ivanka Savic, teve como base uma pesquisa anterior que detectou diferenças nas habilidades espaciais e verbais relacionadas ao sexo e à orientação sexual.
A experiência mostrou que homens gays e mulheres heterossexuais tiveram bom desempenho em testes de linguagem, ao passo que homens heterossexuais e lésbicas se saíram bem em exames que avaliaram noções de espaço e direção.
Na avaliação do pesquisador Qazi Raham, da Universidade de Queen Mary, em Londres, e autor de estudos na área, não há mais dúvidas de que as diferenças cerebrais sejam delineadas nos primeiros estágios do desenvolvimento fetal.
"Não há mais argumentos, se você é gay é porque você nasceu gay", disse o pesquisadorBBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Jun 6, 2008

Olá!
Veja a que ponto estamos chegando na educação. Com autorização do Professor Roberto Boaventura retrasmito o seu artigo.

Abraços.

Elifas

ESPAÇO ABERTO
Debate de idéias – Informativo da Associação dos Docentes da UFMT – Adufmat - nº 84/2008.
EDUCAÇÃO E GERAÇÕES COMPUTADORIZADAS
Roberto Boaventura da Silva Sá
Dr. em Jornalismo/USP - Prof. de Literatura/UFMT
rbventur26@yahoo.com.br

Recentemente, duas importantes matérias foram publicadas pela mídia nacional. Em uma (FSP: 28/05), tratou-se do lançamento do livro "Geração mais idiota" de Mark Bauerlein. Na outra (Idem: 29/05), apresentou-se o resultado de pesquisa sobre o grau de insatisfação do professor com sua profissão, bem como o desgosto de alunos pela leitura. Por força do ofício, ambas as matérias - interligadas - me convidam para reflexões.
Sobre o livro, muitas das considerações já foram antecipadas por mim em várias aulas. Há algum tempo, tenho exposto aos acadêmicos minhas preocupações com as três últimas gerações, bem como com as gerações vindouras. O motivo é o mesmo apontado por Bauerlein: o excesso tecnológico (tv, celular, games), com destaque à internet. Conforme aquele escritor, a web tem contribuído no "emburrecimento" dos jovens de seu país (EUA).
Para sustentar a tese, o autor diz que "os jovens não lêem. Preferem dedicar tempo a vasculhar vidas alheias e a expor as suas próprias vidas em redes de relacionamento". Afirma que "o que os jovens lêem na rede não lhes acrescenta nada em termos de gramática nem capacidade de elaborar textos". Sintetiza suas considerações, dizendo que "a realidade das práticas na web é só o que poderíamos esperar: expressões e recreações adolescentes".
Infelizmente, isso é verdadeiro e não ocorre apenas na terra do Tio Sam. Por cá também; talvez, ainda mais do que por lá. Exibir-se em orkuts - locus de comunicação narcisista - parece ser a forma como cada um tem buscado para se sentir o mais importante dos seres. E aí, a adolescência extrapola os limites dos anos "teens". Há muita gente "madura" brincando de ser adolescente; tudo para se sentir incluído no "virtual society".
Nos últimos anos, tenho trabalhado com turmas das áreas das ciências humanas e sociais. Com exceções, a leitura dos acadêmicos beira o nada. O repertório cultural da maioria é raso; por isso, é incompatível com o espaço acadêmico que ocupa. Muitos não têm informações sequer de telejornais. Quando as têm, a leitura de profundidade aproxima-se do nível zero. Logo, a escrita é mais do que elementar; é rudimentar.
Dessa forma, o governo, investindo tanto recurso em computadores, está contribuindo mais do que o necessário com uma fatia da indústria afim. Sob fachada discursiva de inclusão, pode estar apostando na deformação escolar. Para a maioria da criançada e da juventude - mesmo que inteligente e criativa - a internet não tem sido o caminho adequado a nenhum tipo de estudo. Afinal, apenas 6% aproveitam bem a tecnologia. Por isso, muito dos investimentos deveria ser aplicado na valorização do professor e na formação e atualização de bibliotecas reais; até porque, o grau de insatisfação do profissional passa tanto pelo aspecto financeiro quanto pelo baixo desempenho dos alunos.
Hoje, ser professor já é sinônimo de degradação social. Até programas de humor ridicularizam a profissão em relação a outras. Há algum tempo, um personagem professor - interpretado por Chico Anísio -, tendo de lidar com "dificuldades" de seus estudantes, brincava com o baixo valor de seu salário. Tirando o caricato do riso, as tais "dificuldades", na salas de aula reais, advém da pouca leitura realizada pela maioria.
Isso se comprova com pesquisa recente: 45% dos estudantes brasileiros não gostam de ler. Quando lêem, os preferidos são a bíblia e livros didáticos. Resguardando a importância desses gêneros, assim fica difícil o trabalho crítico; qualquer formação escolar infantil e/ou juvenil está previamente condenada. Para agravar esse desgosto pela leitura, literalmente, a maioria está presa na rede, mas se pensa livre e globalizada. Ilusão de época!