Dec 13, 2006

Índio e Pedágio
Digesto?
Há quinze dias atrás estive na cidade de Sapezal a convite do Conselho Estadual de Educação. Apesar das condições de viagem rever talvez um dos rios mais bonitos de nosso Estado vale todo o esforço. Águas límpidas de uma cor verde de doer os olhos. Mesmo quando em outra oportunidade avistando-o de um pequeno avião ele salta de sua imensidão verde. Um risco na natureza que encanta.
Mas não é que esqueci que o pedágio ali existe. Éh! Se quiser passar tem que pagar. Via Dutra? Imigrantes? Castelo Branco? Que nada? É BR ____ (esqueci o número). Estrada de chão, bastante arenosa. Se não me engano, R$ 10,00 para carro pequeno (carros oficiais não pagam, para frustração dos pequenos índios que vieram ao nosso encontro para baixar a corda indicando o bloqueio) e R$ 30,00 para caminhões. Seguimos o trecho através da reserva indígena entre Campo Novo dos Parecis e Sapezal, poucos caminhões, estrada melhor do que o trecho Sapezal - Tangará da Serra, também pudera, há duas tribos, dois pedágios pela primeira opção. Pedágio dobrado!!! Os caminhoneiros preferem o trecho mais longo. Economia de mercado é isso. E os índios aprenderam bem rápido.

Missões Mortas
Indigesto

Fiquei ausente uns dias e deu uma preguiça danada de escrever. Pensei que ninguém estava lendo, que havia poucos interessados... Que nada! Para minha surpresa houve reclamações. Até críticas sobre minha postura favorável quanto à disciplina dos militares em sala de aula, quando tive a oportunidade de ministrar alguns módulos para os estudos avançados da Polícia Comunitária, contando com alunos de várias regiões deste país.
Bom, mas o que me levou a escrever foi a danada missão empresarial. Bahh!!! Como dizem os gaúchos, que desperdício.
Que meus colegas do Planejamento Estratégico que não me amaldiçoem, mas na grande maioria das vezes é tinta jogada fora, ou um quadro horrendo pendurado na parede de muitas, mas muitas, organizações públicas e privadas.
No ano passado ou foi este ano mesmo, estava trabalhando em um curso de especialização voltada para a área pública, quando o assunto veio à tona. Ora! Se quisermos analisar a importância então tragam para discussão em sala de aula, incitei os discentes.
Na noite seguinte, alguns alunos trouxeram para debate... As missões organizacionais!!! Muitos com grande honestidade disseram que era a primeira vez que a liam, outros a conheciam e reforçavam a sua importância, outros tiveram que procurá-la e alguns comentaram que não conseguiram encontrá-la.
A missão este conjunto de frases, algumas vezes bem formuladas, tem uma base fantástica do ponto de vista gerencial. Dar rumo à organização. Qual a razão da empresa existir? Pergunte isso à recepcionista, ao pessoal da limpeza ou da cozinha, a um gerente de nível médio. A resposta pode ser surpreendente! Aliás, qual a missão da Faecc - Faculdade de Administração, Economia e Ciências Contábeis? Espere um minuto que preciso ler, ainda não consegui gravar (muitos colegas concordam que não se lembram). Pois bem! Grande parte das propostas de missões hoje são tratados teóricos, livrescas e de pouca utilidade. A missão deve ser simples, curta e profunda. Há quem diga que ser simples é um estado de profunda sabedoria. Deve estar além da parede nos nossos corações e mentes e, sobretudo na prática, no nosso dia a dia, nas nossas ações. Dona Maria e Doutor José devem entendê-la. Repeti-la, repeti-la sem cansar.
A missão nos mostra o caminho e esclarece dúvidas. Evita manuais monstruosos, regras sem fim e quilos e mais quilos de papel que dormem em nossas prateleiras.
Um dia desses, li pendurado em uma parede de uma repartição pública ligada ao judiciário a Missão mais horrenda que conheci. Havia tantas palavras difíceis, próprias do modelo jurídico, que me senti um ignorante. Pasmem! Perguntei para algumas pessoas que lá trabalhavam sobre o significado daquilo. A primeira é que se espantaram, pois tiveram que ler. A segunda não entendeu muito pouco sobre os deslumbres cometidos com a língua portuguesa. Confesso que me senti mais confortável. Eu não era o único ignorante.

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